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10.8.09

TRÊS ANOS NO SUBSOLO DA PIRÂMIDE...


Nesse dia 30 de Julho completamos três anos de atividades como Banda.A labuta foi algo de cansar só de pensar nela; intempéries que não saberiamos te listar...mas nada que não faríamos de novo e até com mais desgaste...


Gozado pensar que há três anos atrás,por essas horas, da tarde, estávamos com o cu na mão aguardando o horário de nossa apresentação ( A primeirona! ),provavelmente havia acontecido a queda de algum grande avião por aqueles dias,cheio de passageiros, e estava um frio que de lá até aqui, creio só ter encontrado par por essas últimas semanas; não me recordo da morte de ninguém tão célebre quanto o caçula dos Jacksons, e estávamos com muita, mas muita fome. Não havia nenhuma epidemia em desenvolvimento por aqueles dias - redijo isso como se a aids por si só não fosse suficiente, mas embora não anunciada, a sensação de abismo financeiro era latente e,por que não, comum(?), do jeitinho que está agora...( alguns de nós trabalhando por salários incomentáveis, enquanto os que não conseguiam vender sua força de trabalho, em detrimento de sua força vital, se queixavam de não encontrar um senhor para lhe chibatar os lombos lhe dar ordens, fazer produzir e voltar pra casa com o suficiente só pra retornar respirando no dia seguinte...); As escolas não funcionavam bem, e estavam até fechadas, mas hoje, três anos depois, podemos dar a desculpa de que é pra evitar a propagação da gripe assassina...


Praqueles níveis de frio, até espantou o número de pessoas que compareceu no Cefam - Asa Branca, e sendo sincero dum modo difícil de entender por muitos que se esquentam via oral com algo alcoólico, o Augusto ainda hoje,insiste que "Escolas é que são o lugar certo pra se fazer shows, reunir gente, e não em bares, já que o evento ali além de promover a espontaneidade à dependencia em muitos 'meninos e meninas pré-púberos e púberos todos impressionáveis' e buscando algum rebanho pra se acalentar, ainda enche o rabo do dono do bar de dinheiro..."( Por ora, só adicionamos aqui que o mesmo se aplica às igrejas )... Acho que ainda consta lembrar que há três anos atrás, se via meninos e meninas reclamando da escola que tinham sem se dar conta muito ao certo de que dali pra frente, só pioraria... Bem... ao seu modo ( um modo muito triste, por sinal ) eles viviam "os seus próprios dias áureos..."


Óbvio que estamos mais melancólicos do que realmente transparece aqui...


Estamos muito felizes com a gravação mais recente, treze faixas que compõem o "MONDO FAVELA..." [ ou "O Povo do Abismo..." ], e que deverá sair em breve,em split com os padrinhos do plague Rages , e com os brothers lá de lonjão, na Sérvia, das bandas Downtrodden e Acroholia...


Algumas faixas já estão disponível em nossa página de Myspace ( http://www.myspace.com/praiadevomito ) e seria uma honra muito grande se pudesse dar uma passadinha por lá. Se tiver uma conta ( ou mais de uma conta! ) no myspace, nos adicione,vai ser uma honra maior ainda ( e quem nos contacta pode responder por nós, no tocante a mantermos contato!!! ), se não for pedir muito dá uma olhadinha também em nossa página de blog ( http://www.praiadevomito.blogspot.com ) temos postado algumas coisas por lá, bem legais até, e também pra conferir eventos e lançamentos em nossa página de fotolog ( http://www.fotolog.com.br/praiadevomito )...


Na foto, tirada na segunda-feira, 27 de Julho de 2009, de inverno rigoroso em São Paulo, Silas e Douglas em estúdio com Greg, de "Todo Mundo Odeia o Chris"...


(risos), óbvio que é só uma brincadeira.


Grande pessoa, o Rian do Estúdio MK.Na medida do possível amamos a todos, a todos um beijão.


Praia de Vômito.


PS: Procurem por "MONDO FAVELA..." por aí, ok?

1.8.09

Diante da Lei - Franz Kafka

Diante da Lei está um guarda. Vem um homem do campo e pede para
entrar na Lei. Mas o guarda diz-lhe que, por enquanto, não pode autorizar lhe
a entrada. O homem considera e pergunta depois se poderá entrar mais tarde.
— "É possível" – diz o guarda. — "Mas não agora!". O guarda afasta-se então
da porta da Lei, aberta como sempre, e o homem curva-se para olhar lá dentro.
Ao ver tal, o guarda ri-se e diz. — "Se tanto te atrai, experimenta entrar,
apesar da minha proibição. Contudo, repara sou forte. E ainda assim sou o
último dos guardas. De sala para sala estão guardas cada vez mais fortes, de
tal modo que não posso sequer suportar o olhar do terceiro depois de mim".
O homem do campo não esperava tantas dificuldades. A Lei havia de ser
acessível a toda a gente e sempre, pensa ele. mas, ao olhar o guarda envolvido
no seu casaco forrado de peles, o nariz agudo, a barba à tártaro, longa, delgada
e negra, prefere esperar até que lhe seja concedida licença para entrar. O
guarda dá-lhe uma banqueta e manda-o sentar ao pé da porta, um pouco
desviado. Ali fica, dias e anos. Faz diversas diligências para entrar e com as
suas súplicas acaba por cansar o guarda. Este faz-lhe, de vez em quando,
pequenos interrogatórios, perguntando-lhe pela pátria e por muitas outras
coisas, mas são perguntas lançadas com indiferença, à semelhança dos grandes
senhores, no fim, acaba sempre por dizer que não pode ainda deixá-lo entrar.
O homem, que se provera bem para a viagem, emprega todos os meios
custosos para subornar o guarda. Esse aceita tudo mas diz sempre: — "Aceito
apenas para que te convenças que nada omitiste". Durante anos seguidos,
quase ininterruptamente, o homem observa o guarda. Esquece os outros e
aquele afigura ser-lhe o único obstáculo à entrada na Lei.
Nos primeiros anos diz mal da sua sorte, em alto e bom som e depois, ao
envelhecer, limita se a resmungar entre dentes. Torna-se infantil e como, ao
fim de tanto examinar o guarda durante anos lhe conhece até as pulgas das
peles que ele veste, pede também às pulgas que o ajudem a demover o guarda.
Por fim, enfraquece-lhe a vista e acaba por não saber se está escuro em seu
redor ou se os olhos o enganam. Mas ainda apercebe, no meio da escuridão,
um clarão que eternamente cintila por sobre a porta da Lei. Agora a morte esta
próxima. Antes de morrer, acumulam-se na sua cabeça as experiências de
tantos anos, que vão todas culminar numa pergunta que ainda não fez ao
guarda. Faz lhe um pequeno sinal, pois não pode mover o seu corpo já
arrefecido. O guarda da porta tem de se inclinar até muito baixo porque a
diferença de alturas acentuou-se ainda mais em detrimento do homem do
campo.
— "Que queres tu saber ainda?", pergunta o guarda. — "És insaciável". —
"Se todos aspiram a Lei", disse o homem. — "Como é que, durante todos
esses anos, ninguém mais, senão eu, pediu para entrar. O guarda da porta,
apercebendo se de que o homem estava no fim, grita-lhe ao ouvido quase
inerte. — "Aqui ninguém mais, senão tu, podia entrar, porque só para ti era
feita esta porta. Agora vou me embora e fecho-a".


Tradução de Modesto Carone