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17.3.09

Continuação | O Aborto em uima menina de 09 anos...

ENTREVISTA COM MÉDICO EXCOMUNGADO (graaaande coisa..) POR REALIZAR ABORTO EM CRAINÇA DE 09 ANOS:

Extraído da página de Perpétua Almeida, deputada pelo PCdoB , na Região do Acre,

15/03/2009 15:17:05


"Minha comunhão é com Deus", diz médico excomungado em Pernambuco


Nesta semana foi divulgada a informação de que o estuprador e pedófilo, Isaac Vanderley, tentou se matar na prisão. Ele foi preso no dia 27 de fevereiro após confessar ter abusado sexualmente das duas enteadas, uma de 9 outra de 14 anos, que apresenta problemas mentais. A mais nova engravidou, de gêmeos. A mãe levou meses até se dar conta das condições da filha. Em Alagoinha, Agreste pernambucano, barriga de criança é verme. Levada ao posto de saúde, a gravidez foi descoberta e a menina, encaminhada para o Recife, foi submetida a um aborto. O procedimento é previsto em lei em caso de estupro e de risco de vida para a mãe. A garota preenchia os dois requisitos.

Não bastasse a dureza da história, o episódio foi marcado pela participação do arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, que achou por bem excomungar a mãe, os médicos e toda a equipe envolvida no procedimento. A atitude do religioso, que eximiu de sanções o pedófilo estuprador, serve para mostrar até onde chegam a confusão e a insanidade quando o tema é aborto.

A Secretaria Executiva de Ressocialização do Estado de Pernambuco informou que o padrasto tentou cortar os pulsos com fios de náilon, há cerca de uma semana, dentro da prisão. Os ferimentos foram leves e ele não corre risco.

A decisão do arcebispo está de acordo com a posição da Igreja sobre o tema aborto (crime contra a vida) e estupro (pecado grave) e foi aprovado por autoridades do Vaticano e pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Quem sabe dom José venha a ser premiado com o cardinalato.

O presidente Lula e o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, entendem que o gesto do arcebispo está descolado da realidade e solidarizam-se com o professor de Medicina da Universidade Estadual de Pernambuco, Rivaldo Mendes de Albuquerque. Este, excomungado em público pelo arcebispo pela segunda vez. A primeira foi em 1996, quando o serviço de atendimento às mulheres vítimas de violência sexual foi inaugurado na universidade. Albuquerque falou à CartaCapital:

CartaCapital: Como o senhor se sentiu ao ser excomungado pela segunda vez?
Rivaldo Mendes de Albuquerque: Não modificou absolutamente em nada a minha vida. A excomunhão não fechou meus olhos para as violências que vejo praticadas, diariamente, contra as mulheres. Sou médico e constato que o aborto é uma questão de saúde pública. A excomunhão em nada ajuda a resolver este problema. Apenas reforça uma postura da Igreja, que não está associada aos que mais precisam. Do ponto de vista religioso, a penalidade é forte, mas não me atinge porque tenho a certeza de que estou ajudando mulheres a saírem de situações extremas. Viver uma situação de violência é como viver no inferno.

CC: O senhor frequenta a missa regularmente. Passou a ser alvo de olhares de desprezo ou reprovação após as excomunhões?
RMA: Na primeira vez, fiquei impactado, mas depois percebi que não era nada daquilo. Nunca deixei de comungar. Minha comunhão é com Deus. Em 1996 eu não recebi tanta solidariedade como agora, pois a divulgação não foi tão grande como desta vez. Agora, infelizmente, o arcebispo não demonstrou um olhar de piedade por uma criança. Manifestou apenas um olhar de raiva, de castigo.

CC: Como a equipe médica se comportou após a excomunhão conjunta?
RMA: Todos demonstram muita tranquilidade. Lamentavelmente, o caso dessa garota é apenas mais um entre tantos com os quais lidamos aqui. A violência contra a mulher existe, e os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres têm de ser respeitados. O aborto ser crime não protege as mulheres, não evita que ocorra, nem dá saúde à mulher. Ou seja: não resolve o problema. A descriminalização pode melhorar essa situação. Com ela, teremos de respeitar a vontade das pessoas. O Estado é laico e deveria agir como tal, não cedendo às pressões da Igreja.


Fonte: Carta Capital

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