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5.12.09

O Povo de Deus Volta a Atacar!

Sente esse diálogo:


[Telefona toca]



- Alô.
- Alô. Queria falar com a Dona “...[óbvio que vou preservar o nome]”
- É ela. Quem quer falar?
- Não posso falar meu nome. Tô te ligando pra avisar, acabei d ver seu filho com o namoradO dele na rua... Tô avisando porque sei que a senhora é temente a Deus...
- (um silêncio, por um momento)... É, mas eu não criei filho pra mim, criei pro mundo, né...
- Ué, mas eu pensei que a senhora fosse religiosa!
- Não, eu sou cristã, não religiosa.
- É, já não se fazem mais crentes como antigamente...


[fim do diálogo primoroso...]



A edificante conversa aconteceu há algumas semanas, já...


Até tinha pensado em deixar pra lá, mas esse tipo de estupidez me deixa perplexo demais, sabe...


Não é novidade que o ‘povo de deus’ vez por outra atenta pra orla dessa praia que vos redige, como você bem pode conferir visitando este link duma postagem mais antiga...



Não pretendo me deter muito tempo em cima de muitos argumentos a respeito duma fé que considera afinidade e desejo entre duas pessoas do mesmo sexo como algo pior do que uma ligação anônima (portanto, nivelada à mentira) e que, a uma senhora causa um espanto e medo enormes! Um pouco difícil acalmar a alguém simples e de hábitos caseiros depois duma ligação dessas e isso, imagino, o Espírito Santo, consolador, onipresente, onipotente, onisciente deveria saber.



‘Deveria’... Mas pra isso é necessário ser um pouco menos inútil do que o povo que o reinventa de tempos em tempos, e inútil é algo que Jesus não consegue deixar de ser...


Gostaria de deixar um recado a qualquer um que porventura leia esta nota e compartilhe dessa comunidade de adoradores do dinheiro. Este ‘servo’ que fez esta ligação... Ele é a representação máxima do cristianismo, ele é o resumo absoluto do que é um ‘servo de deus’ e da estupidez necessária a se colocar diante desse coito anal em forma de fé,que é o seu deus.



E, veja bem: isto é uma GENERALIZAÇÃO. Eu estou abertamente generalizando a qualquer um que atenda a esta fé, indiferente de concordar ou discordar do ocorrido. Este é o teu semelhante, é assim que você é, é assim que você fica. E antes que sejam soltas bostas sobre estar ofendendo até a minha mãe, me preocupo tanto, mas tanto com ela que preciso mostrar em quê o deus dela se ocupa...

Pelos frutos ainda se reconhece uma árvore, e essa invenção esquisita, essa prova de desvario moral que é jesus não se isenta disso...



Acha drástico de minha parte? Converse com o profeta de vocês que deu o telefonema.


Não dá a mínima?! Normal. Faz uma ligação anônima você também. Pede pro Deus de Abraão, de Isaque, de Jacó e de “Davi, O Promíscuo” te revelar o número novo de meu telefone, igualzinho ele fez pra essa criatura do século XIX. (Silas Malafaia...?)



E, bem legal comentar, sabe quem era “o meu namorado” que viram comigo? O Douglas!
(risos, muitos risos...) ...


Triste, né? O ‘Espírito Sacana’ é tão, mas tão fajuto que eu nunca tive nada, absolutamente nada com o Douglas...

Ele nem faz meu tipo...

Augusto Miranda


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2.12.09

Mais notas de "O Cortiço" - A Primeira vista da Pedreira...

[ Do Capítulo IV de O Cortiço – João Romão E Jerônimo avaliando a Pedreira... ]

"Aqui, Ali, por toda parte, encontravam-se trabalhadores, uns ao sol, outros debaixo de pequenas barracas feitas de lona ou de folhas de palmeira. De um lado cunhavam pedra cantando; de outro quebravam a picareta; de outro afeiçoavam lajedos a ponta de picão; mais adiante faziam paralelepípedos a escopro e macete. E todo aquele retintim de ferramentas, e o martelar da forja, e o coro dos que lá em cima brocavam a rocha para lançar-lhe fogo, e a surda zoada ao longe, que vinha do cortiço, como de uma aldeia alarmada; tudo dava a idéia de uma atividade feroz, de uma luta de vingança e de ódio. Aqueles homens gotejantes de suor, bêbedos de calor, desvairados de insolação, a quebrarem, a espicaçarem, a torturarem a pedra, pareciam um punhado de demônios revoltados na sua impotência contra o impassível gigante que os contemplava com desprezo, imperturbável a todos os golpes e a todos os tiros que lhe desfechavam no dorso, deixando sem um gemido que lhe abrissem as entranhas de granito."

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“A Revolução Desconhecida” - Volin

[Quando da formação do primeiro conselho operário (‘Soviet’), e da tentativa de eleger o professor e intelectual Voline como dirigente... segue sua resposta, tão aplicável a tantas e tantas áreas da vida em sociedade...]

“Ao mesmo tempo, foi colocada uma outra questão: Quem dirigiria os trabalhos do Soviet (Conselho)? Quem seria colocado à sua direção? Os operários presentes propuseram, sem nenhuma hesitação, o meu nome.


“Muito emocionado pela sua confiança, recusei todavia a proposta com energia. Eu disse a meus amigos: ‘Vocês são operários. Vocês querem criar um organismo que deverá se ocupar dos interesses operários. Aprendam então desde o princípio a cuidar vocês mesmos dos seus negócios. Não confiem o seu destino a pessoas que não pertencem ao seu meio. Não venham escolher novos senhores: eles acabarão por dominá-los e por traí-los. Estou convencido de que no que toca as lutas e a emancipação de vocês, ninguém, exceto vocês mesmos, poderá jamais alcançar um resultado verdadeiro. Por vocês, por cima de vocês, no lugar de vocês, ninguém fará nada, nunca. Vocês devem achar o presidente, o secretário e os membros da comissão administrativa em suas próprias fileiras. Se vocês precisarem de informações, esclarecimentos, de certos conhecimentos especiais, enfim, de uma ajuda intelectual e moral baseada em uma instrução aprofundada, vocês poderão se dirigir a intelectuais, a pessoas instruídas que deverão sentir-se felizes não de vos dirigir como senhores, mas de vos trazer seu auxílio sem se meter nas questões da organização de vocês. É dever deles prestar-lhes esse concurso, pois não é por culpa de vocês que lhes falta a instrução indispensável. Esses amigos intelectuais poderão mesmo assistir às reuniões – com voz consultativa, sem mais.’"

Voline, em “A Revolução Desconhecida” – Livro 01, capítulo II
Tradução de Jaime de Almeida, em 1980
Global Editora e Distribuidora Ltda.
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1.12.09

"GADARA..." ('Legião, porque somos muitos...')

Na ilha, abarrotada de tábuas, tapumes... pregos...
constrangida pelo lixo e frustração acumulados ao longo do tempo,
mulheres e homens de globos oculares vazios e crianças amontoadas sob o sol

Avistam no horizonte, sentido centro, o céu sendo arranhado por totens
erigidos antes da fundação do bom senso...
Um louvor a um tempo de brindes e deleites
em que a má intenção e a posse vinculada ao status...
Triunfaram!
Um pouco antes do centro, como uma cortina que atenua a verdade aos da ilha
E os pemite ver da vida dos que brindam apenas o que lhes serve como bússola,
se ergue uma torre de fumaça...
"A ilha deve queimar!"...
"Tão logo abasteça aos de longe no horizonte, a ilha deve queimar!"...
A ilha logo não terá mais espaço.
Descontentamento cresce na ilha...
antes de se tornarem homens e mulheres de globos oculares vazios
haverá sangue nos olhos das crianças na ilha...
"O totem deve queimar!"
"Nosso nome é 'Legião', porque somos muitos..."
...