Myspace....................Fotolog....................Youtube....................Last FM

13.1.10

Plano Nacional de Direitos Humanos e as brasas que se apagaram uma outra vez...

Não foram recebidos com euforia os 521 pontos do Programa Nacional de Direitos Humanos(PNDH), lançada em fins de dezembro passado (23 de dezembro, 2009). Uma meia dúzia de (milhões de) pobres aqui, uma meia dúzia de (parasitas históricos) ricos ali, a imprensa dando muito mais atenção as reivindicação de setores “ofendidos” (bons pagantes, anunciantes, investidores, gente fardada...) ... Só...

Em janeiro de 2010 já se anunciava a décima edição de “Big Brother Brasil”... “A fazenda” seguia sua segunda edição com centenas de milhares de ligações votando quem permaneceria e quem sairia da “clausura”... A um contingente enorme viciado nesse prazer rápido e pouco comprometido, coisas assim, como o PNDH aparece muito “sem sabor”, pouco chamativo... Mesmo dos setores e sub-setores alternativos não se obteve muita atenção ao fato... E por fim, nessa altura do campeonato, o presidente já deixava esclarecido que retrocederia em tantos e tantos pontos... Estivemos cara a cara com a chance de realização de dezenas de reivindicações de longa data... Vislumbramos... Nossos corações puderam estar em brasa viva uma vez mais... E tudo se foi.
Na quinta feira, 07 de Janeiro de 2010 a senadora Kátia Abreu, do (pseudo) Democratas de Tocantins, colocou seu busto ao vento contra a nova proposta de Direitos Humanos...

A senadora Kátia Abreu , em
entrevista ao sitio “UOL Notícias”, se demonstrou descontente e pertencente a uma classe discriminada nestas emendas propostas... (Bem, realmente, são poucos os que têm tanto dinheiro assim, uma “minoria” talvez eles sejam mesmo...!)... O que não vai muito além de uma apropriação de discurso. Numa terra sofrida igual ao Brasil, o “coitadismo” tem preferência na fila...

A senadora Kátia Abreu não concorda que para as áreas ocupadas, por exemplo pelo MST – e que ela insistentemente trata por “invadidas” - tenha seu destino decidido através duma audiência pública, que envolva os dois lados: os trabalhadores e trabalhadoras (que efetivamente merecem seu lugar para viver e de fato ser), e os verdadeiros invasores (usurpadores antigos, criminosos legalizados pelo poder aquisitivo), os latifundiários... Segundo ela, isso é uma corroboração com o “crime”...
A senadora Kátia Abreu deixa bem esclarecido que, ao menos no tocante à patota do monstruoso agronegócio, o presidente (é, ele mesmo, o manda-chuva da república...) não vai ter muita opção, senão tornar atrás...

A senadora Kátia Abreu considera “Ideológico” o Programa Nacional de Direitos Humanos... Ela o considera desrespeitoso. O
deputado estadual Zé Teixeira (DEMoníacos, MS) também considera assim. Ele é agropecuarista.

A senadora Kátia Abreu é a presidente da Confederação Nacional dos Agricultores. E essa informação deve bastar para sabermos seus motivos sinceros e seu ímpeto nesse embate.

Pequenos agricultores, famílias inseridas no campesinato, pequenos produtores, trabalhadores rurais... Eles não importam, todos estes tantos e tantos sob o malefício do carrasco legalizado instituído do agronegócio. Só o verdadeiro setor a que pertence essa senhora senadora Kátia Abreu importa a ela agora, e isso, escondido sob o manto da defesa dos direitos do povo... Isso faz seu coração arder...

A população não foi chamada a decidir essa questão.

“jamais poderia” é a objeção primeira. ..

“Não tem condições de julgar de modo imparcial a uma questão de tanta magnitude”...

“Há pessoas capacitadas e instituídas para realizar esta tarefa”...

Coisas desse tipo invadem a cabeça tanto de quem de fato legisla, quanto de quem é legislado. Contudo, essas questões, uma a uma, poderiam – e deveriam, penso – ser passadas a padrões simples de comunicação, em linguagem simplificada, e uma meia dúzia de cabeças brancas não deveriam decidir o que seria melhor a tanta gente. Quer padeça, quer folgue, que toda a nação o faça por seu próprio mérito. Daí, teríamos o Sufrágio Universal por direito. Seríamos apresentados à democracia de fato.

São os nossos direitos. Nos dizem respeito. Que a decisão seja coletiva e que sejam nossas as escolhas por nós e para nós mesmos. Nossos interesses não são os dos latifundiários, agropecuaristas, dos interventores religiosos, dos militares que publicamente se amedrontam sobre remoerem seu passado...

Que os direitos humanos nos sejam mais caros do que os de consumidor e que nosso coração arda em brasa viva ao menos uma vez mais...

[Uma vaga opinião de] Augusto Miranda



...

0 comentários: