por Augusto Miranda
A divergência de crenças não é razão suficiente pra que se odeie, queira mau e aja com violência contra outra pessoa ou grupo.
Pelo menos, deveria ser assim.
Incrível – termo mais amplamente aplicável a qualquer coisa que gire em torno de religião... – como sobretudo as religiões monoteístas têm dificuldade em aceitar a diferença de opinião e estilo de vida,e a facilidade que têm de engolir, regurgitar e comer novamente tudo o que sempre foi imposto nas páginas do alcorão e bíblia, como “amor ao próximo” (piada), “justiça”, “outra face” (mais pedida do que oferecida, porém vendida a preços módicos pelos neo-pentecostais de plantão).
Um bom exemplo disso aconteceu neste fim de semana último, dia 07 de março, quando centenas de pessoas, a maioria cristãos, homens e mulheres de quaisquer idades e até mesmo crianças foram retiradas de suas casa sob o susto de rajadas de tiros e depois, do lado de fora, massacradas a golpe de facão por pastores muçulmanos, em Jos, Nigéria.
Falou-se em mais de quinhentas pessoas. Falou-se em duzentas pessoas. Depois falou-se em duzentas pessoas sendo enterradas em vala comum. Reduziu-se então o número a 109...
A cor da pele tem desse poder, de te transformar em um número oscilante ou numa pessoa com identidade e direitos à medida que clareia em sua tonalidade... Deus não parece enxergar sob a pele, ou não consegue ensinar seus seguidores a o fazer. Parecem ter um problema excludente com relação à melanina e opiniões...
Quase NOVE ‘M – I – L’ pessoas deixaram suas casas ou para se refugiarem em regiões afastadas ou em delegacias por conta do pavor...
Ondas de protestos tomaram conta das ruas por volta da quinta feira. De cruzes, bíblias e ramos de arvore (tradição local em manifestações) reclamavam da que chamam de “Liderança Invisível” – referência ao inerte vice-presidente, Goodluck Jonathan, que ocupava o posto do presidente Umaru Yar'Adua, afastado por problemas de saúde...
Essa “rusga” não é recente, é nada nova.
Ainda em janeiro agora, cerca de 300 pessoas foram dizimadas, em sua imensa maioria muçulmanos, em conflitos entre as etnias muçulmanas do norte e cristãs do sul, que aliás, quase que dividem a Nigéria territorialmente.
Os números de mortos nesses conflitos que só fazem sentido para os religiosos locais tem sido nada humildes ao longo dessa última década. Cerca de MIL mortos em setembro de 2001... Outras setecentas vitimas em 2004, e em 2008, trezentas...
Na prisão de 49 suspeitos e indiciados por homicídio doloso e conspiração, pelo terror recente, a justificativa para estes últimos ataques foi a de se tratar de uma “missão de vingança...”.
Alá provavelmente os recompensará, assim como Jesus galardoará aos do outro lado...
(...)
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